quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Brasileiros resgatam R$ 12,3 bilhões da poupança em janeiro, maior valor da série histórica

Em janeiro, a poupança teve a maior retirada de recursos já registrada em um mês. Dados do Banco Central divulgados nesta quinta-feira (6) mostram que os saques superaram os depósitos nas cadernetas em R$ 12,356 bilhões.

A série histórica do BC começa em 1995. Até então, o maior saque líquido (diferença entre retiradas e depósitos) tinha sido registrado em janeiro de 2016, quando R$ 12 bilhões foram sacados das aplicações.

Em janeiro, foram aplicados na poupança R$ 216,9 bilhões. Já os saques totalizaram R$ 229,3 bilhões.

Baixo rendimento

Janeiro é um mês em que, tradicionalmente, há um grande volume de retirada de recursos da poupança.

Ainda assim, o saque recorde registrado no mês passado é fortemente influenciado pelo baixo rendimento da aplicação. Com a taxa básica de juros, a Selic, em 4,25% ao ano – o menor patamar desde 1999 – as cadernetas rendem menos.

Isso porque a regra em vigor prevê que, quando a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 70% da taxa, mais a Taxa Referencial (TR), calculada pelo Banco Central.

Por isso, com juros em 4,25% ao ano, a correção da poupança é de 2,975% ao ano, mais a TR.

Como o Banco Central já indicou que a taxa Selic deve ser mantida neste patamar por um período, a previsão dos economistas é de que o rendimento das cadernetas fique abaixo da inflação em 2020 – o que desestimula novas aplicações.

A ampliação do acesso a investimentos mais rentáveis – como fundos, títulos públicos e de renda fixa –, mediada por bancos e corretoras, tem levado poupadores a retirar o dinheiro das cadernetas.

Por Yvna Sousa, TV Globo


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Senado aprova MP que dá pensão vitalícia às crianças com microcefalia causada pelo zika

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (5) a medida provisória que concede pensão vitalícia no valor de um salário mínimo (R$ 1.045,00) para crianças que nasceram com microcefalia decorrente do zika vírus.

O benefício será destinado às crianças nascidas entre 1º de janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2019 e que também recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Com a aprovação pelo Senado, a proposta segue para sanção presidencial.

O zika vírus pode ser transmitido por meio de picada do Aedes aegypti, de sexo sem proteção ou da mãe para o feto na gravidez.
O vírus causa complicações como microcefalia, encefalite, Síndrome de Guillain-Barré e doenças neurológicas.

A microcefalia é uma malformação em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Essa malformação pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas e infecciosas, bactérias, vírus e radiação.

De acordo com o Ministério da Saúde, a microcefalia pode ser acompanhada de epilepsia, paralisia cerebral, retardo no desenvolvimento cognitivo, motor e fala, além de problemas de visão e audição.

Segundo o ministério, cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal.

O tipo e o nível de gravidade da sequela variam. Tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida da criança

Por Sara Resende


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Com salário mínimo de R$ 1.045, saiba quanto você vai pagar de contribuição para o INSS

Primeiras faixas de cálculo foram alteradas. Benefícios superiores ao salário mínimo são corrigidos pelo INPC, que ficou em 4,48% em 2019. Teto previdenciário passa a ser de R$ 6.101,06.

O reajuste do salário mínimo para 2020, que passou de R$ 1.039 para 1.045, tem reflexo direto no cálculo da contribuição paga mensalmente por cada trabalhador ao Instituto Nacional da Previdência Social (INSS).

Com a correção, as novas faixas de cálculo para os pagamentos a partir de 1º de março serão:

- 7,5% até um salário mínimo (R$ R$ 1.045);
- 9% para quem ganha entre R$ 1.045,01 R$ e 2.089,60.
- 12% para quem ganha entre R$ 2.089,61 e R$ 3.134,40.
- 14% para quem ganha entre R$ 3.134,41 e R$ 6.101,06.

Antes, o teto da primeira faixa estava fixado em R$ 1.039 e o piso da segunda, em R$ 1.039,01. As demais não foram alteradas. As novas faixas, informadas ao G1 pela Secretaria de Previdência do Ministério da Economia, ainda serão publicadas no Diário Oficial da União.

Alíquotas progressivas

Vale lembrar que com a reforma, essas taxas passarão a ser progressivas, ou seja, cobradas apenas sobre a parcela do salário que se enquadrar em cada faixa, o que faz com que o percentual de fato descontado do total dos ganhos (a alíquota efetiva) seja diferente.
Por exemplo: um trabalhador que ganha R$ 1.500 pagará 7,5% sobre R$ 1.045 (R$ 78,38), mais 9% sobre os R$ 455 que excedem esse valor (R$ 40,95). Ou seja, no total, ele pagará R$ 119,33, o que corresponde a 7,95% do seu salário.

Valores dos benefícios

Os benefícios de aposentadoria maiores do que o salário mínimo são corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que ficou em 4,48% em 2019.

Assim, o teto dos benefícios do INSS passou de R$ 5.839,45 para R$ 6.101,06 a partir de janeiro de 2020. Isso quer dizer que, ainda que o trabalhador receba um salário superior a esse valor, a contribuição só será calculada sobre R$ 6.101,06.

Já o piso das aposentadorias, por lei, é sempre o salário mínimo, agora em R$ 1.045,00.