2017 deve ser um ano de grandes incertezas na economia e isso deve
impactar diretamente as decisões de investimentos.
Dos cinco especialistas consultados
pelo UOL para saber onde investir em 2017, três deles indicam
manter as aplicações em um porto seguro, como o Tesouro Selic ou outras
aplicações de renda fixa.
São eles: o professor de Economia da Escola de Economia de São Paulo da
FGV, Clemens Nunes, o economista-chefe da Nova Futura Corretora Pedro Paulo
Silveira e o estrategista da Rafter Investimentos, José Mauro Delella.
Para Mauro Calil, especialista em investimentos do banco Ourinvest, e
Paulo Figueiredo, diretor de operações da FN Capital, porém, a previsão de
queda na taxa de juros Selic favorece a busca por apostas mais arriscadas, como
títulos prefixados, ações e também em fundos imobiliários.
Veja as recomendações:
TESOURO DIRETO
Há três tipos de título: Tesouro Selic, Tesouro Prefixado e Tesouro
IPCA+.
Nunes, Delella e Silveira aconselham os pós-fixados, que seguem a taxa
Selic.
Calil e Figueiredo recomendam o Tesouro Prefixado, que paga uma taxa de
juros previamente conhecida. "Com a previsão de queda da taxa, essa
aplicação garante uma remuneração maior do que devem ser os juros lá na frente",
diz Figueiredo. Delella diz que a taxa paga agora está muito próxima da
previsão para a Selic e não vale o risco.
Para longo prazo (como aposentadoria), a recomendação é o Tesouro IPCA+.
Tanto o Prefixado como o IPCA+ devem ser comprados com a intenção de
manter o dinheiro até o fim do contrato. Se sacar antes, pode ter
prejuízo.
Para investir no Tesouro, é
necessário abrir cadastro e ter conta em uma corretora ou banco. Veja um passo a passo de como investir.
O investimento paga Imposto de Renda, conforme o período de aplicação:
§ Até 180 dias =
22,5%
§ De 181 a 360 dias =
20%
§ De 361 a 720 dias =
17,5%
§ Acima de 720 dias =
15%
POUPANÇA
Apesar não pagar Imposto de Renda e taxas de administração, a poupança é
pior que outras aplicações de renda fixa, pois a remuneração é fixa em 0,5% ao
mês mais TR.
Com a queda da inflação, deve ter um rendimento real, segundo o
professor Clemens Nunes. "Se projetar um rendimento de 7,8% da poupança
ante a inflação prevista de 4,8% para 2017, a poupança teria um rendimento
acima da inflação. Mas ela rende 69% do CDI, enquanto o Tesouro Selic rende
próximo de 100% do CDI", diz.
Pode ser usada só para o dinheiro do dia a dia, e por um período curto
de seis meses, mas não deve ser utilizada como investimento. Tem a segurança do
Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que paga até R$ 250 mil para o investidor
se o banco quebrar.
CDB
Nos grandes bancos, é possível encontrar a aplicação pagando cerca de
90% do CDI, rentabilidade inferior à do Tesouro Selic, que rende
aproximadamente 100% do CDI. Bancos menores pagam mais, mas isso significa
aceitar um risco maior. Mantenha os investimentos dentro do limite de cobertura
de R$ 250 mil do FGC.
O CDB não tem taxa de administração, mas paga IR, conforme o período:
§ Até 180 dias =
22,5%
§ De 181 a 360 dias =
20%
§ De 361 a 720 dias =
17,5%
§ Acima de 720 dias =
15%
FUNDOS DE RENDA
FIXA
São uma opção, mas é preciso cuidado com taxas. Clemens Nunes faz as
contas: se a taxa for de 1,5% ao ano e a taxa Selic for a 11,5%, a
rentabilidade vai ser de 87% do CDI (até CDBs de grandes bancos pagam melhor
que isso). Agora se a taxa for de 0,9%, a rentabilidade vai para 92% do CDI. Já
o Tesouro Selic rende próximo de 100% do CDI.
Os fundos pagam Imposto de Renda. Quanto menos tempo deixar o dinheiro,
mais paga:
§ Até 180 dias =
22,5%
§ De 181 a 360 dias =
20%
§ De 361 a 720 dias =
17,5%
§ Acima de 720 dias =
15%
Os fundos não têm a cobertura do FGC.
LCIs e LCAs
As letras de crédito imobiliário (LCIs) e as letras de crédito do
agronegócio (LCAs) são opções para investir em renda fixa e são atraentes pela
isenção do IR e garantia do Fundo Garantidor de Créditos.
A desvantagem é que a aplicação tem prazo mínimo para sacar o dinheiro,
que é de 90 dias. Para José Mauro Delella, o investidor deve aceitar papéis que
paguem no mínimo 86% do CDI.
AÇÕES
Se houver recuperação econômica, aumento do emprego e juros menores, a
Bolsa pode ir bem, afirma Paulo Figueiredo. Mas as incertezas na economia e na
política, dentro e fora do Brasil, podem causar problemas, afirma José Mauro
Delella.
O conselho é que quem não conhece o mercado não se arrisque demais.
Mauro Calil diz que a Bolsa já subiu muito, e os papéis estão caros. "A
melhor estratégia é esperar um ou dois meses de queda forte para comprar
ações."
Clemens Nunes diz que outra boa estratégia é fazer aplicações
constantes, comprar todo mês um mesmo valor em ações.
Para Pedro Paulo Silveira, os setores bancário, de mineração, siderurgia
e petróleo devem ser boas apostas; varejo e setor imobiliário ainda devem
sofrer.
Para quem não tem nenhum conhecimento, é melhor começar a investir em
fundos ou procurar ajuda especializada
DÓLAR
Não é recomendado como investimento. Os especialistas aconselham a
comprar a moeda apenas se for viajar. Nesse caso, a compra deve ser feita aos
poucos, para diluir as flutuações do preço.
Para quem quer ter algum investimento atrelado ao dólar, há a opção de
fundos cambiais e fundos nacionais que aplicam na moeda estrangeira.
FUNDOS IMOBILIÁRIOS
São condomínios de investidores em imóveis. O patrimônio pode ser
composto de imóveis comerciais, residenciais, rurais ou urbanos, construídos ou
em construção, que serão vendidos, alugados ou arrendados.
Quanto menores os juros e a inflação, maior o retorno do fundo. Mauro
Calil e Paulo Figueiredo acreditam que essa aplicação deverá ter um bom
desempenho em 2017.
IMÓVEIS
Em 2017, imóvel deve ser bom só para quem quer morar, não investir. O
aluguel rende em geral 0,5% do valor do imóvel. Na renda fixa, a rentabilidade
deve ficar próxima de 0,91%, diz Clemens Nunes.
Compare: o aluguel de um apartamento de R$ 1 milhão daria R$ 5.000. Se
aplicasse R$ 1 milhão na renda fixa, o investidor conseguiria quase o dobro, R$
9.100.
Ainda há os custos enquanto o imóvel estiver desocupado: IPTU,
condomínio e manutenção.
Fonte: UOL
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