quarta-feira, 7 de junho de 2017

Os drones vêm aí, mas não para te substituir. Conheça mais sobre automação do trabalho

“Automação” é, definitivamente, uma das palavras da vez. Para onde quer que olhemos – de blogs de empresas a grandes portais de notícia -, encontraremos conteúdo sobre o assunto. São notícias, estudos, opiniões e reflexões que muitas vezes soam alarmistas, é verdade, já que a automação costuma ser associada à nossa obsolescência, à substituição de atividades humanas por drones e outras máquinas. Mas será que esse catastrofismo tem razão de ser? É o que vamos analisar agora. Afinal, automação do trabalho tem tudo a ver com os assuntos que abordamos aqui – e, é claro, com a sua vida de gestor.

O que é a automação do trabalho?

Talvez você nunca tenha ouvido falar disso; no entanto, é provável que já tenha ouvido falar de drones, ou mesmo os visto voando por aí, além de outras máquinas modernas. Automação do trabalho é justamente a substituição de atividades profissionais que dependiam de seres humanos por essa máquinas e por tecnologias diversas.
Carros que dirigem sozinhos, serviços de entregas feitos por drones, softwares cuidadores de idosos, “serpentes” cirurgiãs, e por aí vai. Já há casos emblemáticos; esta matéria da BBC cita Bob, um guarda de segurança robô que patrulha o local de trabalho, monitorando as salas em 3D e relatando anomalias.
Bob é criação de cientistas da Universidade de Birmingham, que insistem que a máquina irá “apoiar os seres humanos e aumentar as suas capacidades”. Já o Exército dos Estados Unidos, por sua vez, está analisando a substituição de milhares de soldados por veículos de controle remoto para tentar evitar cortes radicais de tropas.

Metade do que fazemos poderá ser automatizado

O fato é que seguimos por um caminho sem volta. A consultoria McKinsey dedicou um longo estudo àquela que está sendo chamada como “uma nova era da automação”, e os achados são contundentes.
Como, por exemplo, a estimativa de que cerca de metade das atividades pelas quais recebemos para realizar (por quase US$ 15 trilhões anuais) tem o potencial de ser automatizada pela adaptação da tecnologia atualmente demonstrada. E isso em dois ou três anos, apenas.
O estudo aponta algumas atividades cujos profissionais podem ser mais facilmente substituídos pela automação do trabalho. São aquelas que incluem esforços físicos em ambientes altamente previsíveis e estruturados (como operação de maquinários diversos, por exemplo), bem como aquelas envolvidas com coleta e processamento de dados.

Aumento de produtividade sem precedente

A finalidade última da automação do trabalho é o aumento de produtividade. E, de acordo com a análise da McKinsey, a projeção é de um aumento exponencial. Por exemplo: com o surgimento da máquina a vapor (1850-1910), a produtividade aumentou em 0,3%. Com o advento da robótica (1993 – 2007), o aumento foi de 0,4%. Os avanços em TI (1995 – 2005) trouxeram um incremento de 0,6%.
Agora, com a automação, o crescimento da produtividade é estimado entre 0,8 a 1,4% (num período compreendido entre 2016 e 2065).

Todas as áreas serão afetadas

O estudo também revela que nenhuma atividade será poupada pela automação do trabalho. No entanto, levando-se em consideração a tecnologia atual, a grande maioria dessa automação será parcial, e não total.
Isso significa que muitos trabalhadores vão atuar lado a lado com máquinas que se desenvolvem rapidamente – o que significa que as habilidades desses profissionais também deverá evoluir. Essa rápida mudança na natureza do trabalho irá afetar todo mundo, de ferreiros a paisagistas, corretores imobiliários e CEOs.
Os altos executivos, inclusive, terão 25% de tempo economizado – pois, de acordo com a McKinsey, é a quantia gasta em atividades que podem ser realizadas por máquinas.

Mas, e os drones?

São figura de proa nessa revolução toda. Com o custo de produção cada vez mais baixo, os drones estão se espalhando pelos mais diversos campos profissionais – da produção cinematográfica à logística de transporte. Assim, mais do que máquinas emblemáticas dessa nova era da automação, os drones já estão, no momento em que você lê este texto, substituindo trabalhadores. E aqui mesmo no Brasil.
Nesta matéria do G1, conhecemos algumas organizações que já vêm adotando a máquina para a automação, como AES Tietê, Vale e Manserv.
Adotando com qual finalidade? No caso da AES, monitoramento das usinas. O presidente da empresa, Ítalo Freitas, fala sobre o desafio: “Gerenciar borda de reservatório é algo bem difícil. São quase 4 mil km de borda”. Com o uso de drones, a AES pôde cobrir grandes espaços e coletar dados com precisão cirúrgica. “Se você não tiver uma tecnologia que inove nessas inspeções, pode até inspecionar, mas não com essa qualidade”, disse o gestor ao G1.

Economia de recursos sem demissões

Já na Vale, os drones ocupam-se do levantamento topográfico das minas a serem exploradas e das rochas que foram rejeitadas. Ao processar as fotos aéreas em um software, a empresa consegue determinar o relevo de uma região e a quantidade de material rejeitado. A economia de tempo e dinheiro é impressionante: os robozinhos gastam um terço do tempo de um scanner, o equipamento mais moderno, e custam metade do preço.
Mas engana-se quem vê, nesse processo, um descarte dos trabalhadores que realizavam tal monitoramento. Todas as empresas que adotaram os drones afirmaram ter transferido os colaboradores para tarefas “mais nobres”.

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