“Automação” é, definitivamente, uma das palavras da vez. Para onde quer que olhemos – de blogs de empresas a grandes portais de notícia -, encontraremos conteúdo sobre o assunto. São notícias, estudos, opiniões e reflexões que muitas vezes soam alarmistas, é verdade, já que a automação costuma ser associada à nossa obsolescência, à substituição de atividades humanas por drones e outras máquinas. Mas será que esse catastrofismo tem razão de ser? É o que vamos analisar agora. Afinal, automação do trabalho tem tudo a ver com os assuntos que abordamos aqui – e, é claro, com a sua vida de gestor.
O que é a automação do trabalho?
Talvez você nunca tenha ouvido falar disso; no entanto, é provável que já tenha ouvido falar de drones, ou mesmo os visto voando por aí, além de outras máquinas modernas. Automação do trabalho é justamente a substituição de atividades profissionais que dependiam de seres humanos por essa máquinas e por tecnologias diversas.
Carros que dirigem sozinhos, serviços de entregas feitos por drones, softwares cuidadores de idosos, “serpentes” cirurgiãs, e por aí vai. Já há casos emblemáticos; esta matéria da BBC cita Bob, um guarda de segurança robô que patrulha o local de trabalho, monitorando as salas em 3D e relatando anomalias.
Bob é criação de cientistas da Universidade de Birmingham, que insistem que a máquina irá “apoiar os seres humanos e aumentar as suas capacidades”. Já o Exército dos Estados Unidos, por sua vez, está analisando a substituição de milhares de soldados por veículos de controle remoto para tentar evitar cortes radicais de tropas.
Metade do que fazemos poderá ser automatizado
O fato é que seguimos por um caminho sem volta. A consultoria McKinsey dedicou um longo estudo àquela que está sendo chamada como “uma nova era da automação”, e os achados são contundentes.
Como, por exemplo, a estimativa de que cerca de metade das atividades pelas quais recebemos para realizar (por quase US$ 15 trilhões anuais) tem o potencial de ser automatizada pela adaptação da tecnologia atualmente demonstrada. E isso em dois ou três anos, apenas.
O estudo aponta algumas atividades cujos profissionais podem ser mais facilmente substituídos pela automação do trabalho. São aquelas que incluem esforços físicos em ambientes altamente previsíveis e estruturados (como operação de maquinários diversos, por exemplo), bem como aquelas envolvidas com coleta e processamento de dados.
Aumento de produtividade sem precedente
A finalidade última da automação do trabalho é o aumento de produtividade. E, de acordo com a análise da McKinsey, a projeção é de um aumento exponencial. Por exemplo: com o surgimento da máquina a vapor (1850-1910), a produtividade aumentou em 0,3%. Com o advento da robótica (1993 – 2007), o aumento foi de 0,4%. Os avanços em TI (1995 – 2005) trouxeram um incremento de 0,6%.
Agora, com a automação, o crescimento da produtividade é estimado entre 0,8 a 1,4% (num período compreendido entre 2016 e 2065).
Todas as áreas serão afetadas
O estudo também revela que nenhuma atividade será poupada pela automação do trabalho. No entanto, levando-se em consideração a tecnologia atual, a grande maioria dessa automação será parcial, e não total.
Isso significa que muitos trabalhadores vão atuar lado a lado com máquinas que se desenvolvem rapidamente – o que significa que as habilidades desses profissionais também deverá evoluir. Essa rápida mudança na natureza do trabalho irá afetar todo mundo, de ferreiros a paisagistas, corretores imobiliários e CEOs.
Os altos executivos, inclusive, terão 25% de tempo economizado – pois, de acordo com a McKinsey, é a quantia gasta em atividades que podem ser realizadas por máquinas.
Mas, e os drones?
São figura de proa nessa revolução toda. Com o custo de produção cada vez mais baixo, os drones estão se espalhando pelos mais diversos campos profissionais – da produção cinematográfica à logística de transporte. Assim, mais do que máquinas emblemáticas dessa nova era da automação, os drones já estão, no momento em que você lê este texto, substituindo trabalhadores. E aqui mesmo no Brasil.
Nesta matéria do G1, conhecemos algumas organizações que já vêm adotando a máquina para a automação, como AES Tietê, Vale e Manserv.
Adotando com qual finalidade? No caso da AES, monitoramento das usinas. O presidente da empresa, Ítalo Freitas, fala sobre o desafio: “Gerenciar borda de reservatório é algo bem difícil. São quase 4 mil km de borda”. Com o uso de drones, a AES pôde cobrir grandes espaços e coletar dados com precisão cirúrgica. “Se você não tiver uma tecnologia que inove nessas inspeções, pode até inspecionar, mas não com essa qualidade”, disse o gestor ao G1.
Economia de recursos sem demissões
Já na Vale, os drones ocupam-se do levantamento topográfico das minas a serem exploradas e das rochas que foram rejeitadas. Ao processar as fotos aéreas em um software, a empresa consegue determinar o relevo de uma região e a quantidade de material rejeitado. A economia de tempo e dinheiro é impressionante: os robozinhos gastam um terço do tempo de um scanner, o equipamento mais moderno, e custam metade do preço.
Mas engana-se quem vê, nesse processo, um descarte dos trabalhadores que realizavam tal monitoramento. Todas as empresas que adotaram os drones afirmaram ter transferido os colaboradores para tarefas “mais nobres”.
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