“Muito do que chamamos de gestão consiste em
dificultar que as pessoas façam seu trabalho” (Peter Drucker). Pare um minuto e
pense: você age assim com sua equipe? Evita dar autonomia aos seus
colaboradores por receio de que eles fracassem e prefere supervisionar cada
mínimo detalhe? Esse tipo de comportamento é conhecido como “microgerenciar”, e
é visto por muitos como um traço de líderes inseguros. Pelo menos, até hoje.
Pois, para nossa surpresa, Jack Welch, um renomado consultor de CEOs, publicou
em janeiro deste ano o artigo “Por que eu amo microgerenciar e você também
deveria amar”. Vejamos o que ele tem a dizer e por que, talvez, nós realmente
devamos considerar o ato de microgerenciar uma forma de gestão
estratégica.
Intromissão ou dever de líder?
Jack
Welch acredita que o ideal para quem lidera pessoas é abordar as pessoas como
quem toca uma sanfona. Em outras palavras, só se aproxime do trabalho que sua
equipe está fazendo quando sua ajuda fizer diferença – e pule fora quando ela
puder andar com os próprios pés. Faça assim e sua liderança soará como música.
“Todos nós conhecemos chefes
chatos, que querem bisbilhotar cada pequena coisa que a pessoa está fazendo.
Basicamente, querem dirigir sentadas no banco do passageiro. Mas, nós também
conhecemos bons líderes que têm esse mesmo comportamento, só que por uma razão
diferente, legítima, eu diria: eles sabem que as pessoas envolvidas num
trabalho sério ainda não estão prontas para fazê-lo por conta própria”
― Jack Welch
― Jack Welch
Mas quando sua ajuda faz diferença?
Em três
casos:
1) Se você conhece as prioridades
estratégicas da empresa e, por isso, pode alertar tarefas que não deveriam ser
realizadas naquele momento, ou realizadas de modo algum, então, sim, interceda.
Você prevenirá desperdício de dinheiro.
2) Também fará diferença sua
interferência caso você tenha uma relação antiga um cliente ou potencial
parceiro e sua presença mude os rumo do jogo. Afinal, nem sempre a boa vontade
e a competência da sua equipe pode substituir sua influência.
3) E, por fim, não será ruim sua
supervisão se você puder contribuir com uma habilidade que, no seu time, só
você tem. Ou ainda, com algum conhecimento técnico específico sobre a tarefa.
Nesse caso, você estará compartilhando sua experiência, para que a outra pessoa
pegue um atalho e aprenda com os erros que você um dia cometeu em vez de
cometer os seus próprios.
E quando você só atrapalha?
Se você
intervém porque não tem outra tarefa mais relevante a realizar ou porque tem
dificuldade de confiar naquela pessoa do seu time, então, microgerenciar jamais
será a solução. “Jamais terá meu apoio”, afirma Jack Welch. Nesse caso, o que
você deve fazer é refletir sobre o quanto você conhece sua equipe e a qualidade
do seu trabalho. Por que não confia nas pessoas com quem passa mais tempo do
que sua própria família?
“Não faz sentido contratar
pessoas inteligentes para dizer a elas o que fazer. Nós contratamos pessoas
inteligentes para que elas nos digam o que fazer”
― Steve Jobs
― Steve Jobs
Resumindo…
Quando você conhece de verdade as pessoas com quem
trabalha e sabe o que elas são capazes de produzir, e quando consegue se
colocar na pele delas, entender suas motivações e suas preocupações, então,
você saberá quando se aproximar delas para contribuir com seu trabalho. Você
saberá quando apertar e afrouxar a sanfona, e tocar a
canção (aprenda aqui a
técnica GPS para criticar ideias dos outros).
E assim,
você verá sentido em microgerenciar. Mas, atenção: prometa a si mesmo(a)
fazê-lo com respeito e humildade, e sua equipe enxergará por que você está se
aproximando – e quando você não estiver por perto, ela dobrará o foco e a
dedicação para compensar a sua falta.
“Os líderes que trabalham com
mais eficiência, ao meu ver, nunca dizem: “Eu”. Não porque se policiaram para
não dizer. Eles só não pensam assim. Eles pensam “Nós”; pensam “Equipe”.
Entendem que seu papel de líder é administrar sua própria energia e ajudar a
orquestrar a energia da equipe ao seu redor. Não se esquivam da
responsabilidade, mas sempre divide os créditos com o grupo. Porque isso é o
que cria confiança mútua e permite que seja feito o que precisa ser.”
― Peter Drucker
― Peter Drucker
Autjor: Blog do Runrunit
Por: Marcones Sarmento
Nenhum comentário:
Postar um comentário