O Conselho Federal de Contabilidade, representado pela conselheira
Sandra Batista, participou de reunião com o secretário de Educação Superior do
Ministério da Educação (MEC), Paulo Barone, e o secretário especial da Micro e
Pequena Empresa (Sempe), José Ricardo da Veiga, para discutir a construção de
um projeto de apoio aos empreendedores. A reunião ocorreu no prédio do MEC e
contou, também, com a participação de representantes do Conselho Federal de
Administração (CFA) e do Sebrae.
A crise econômica atingiu o mercado de trabalho e deixou cerca de 12
milhões de brasileiros desempregados. Segundo Barone, parte dessas pessoas
busca no empreendedorismo uma alternativa de renda, mas nem sempre têm
qualificação adequada. “É comum vermos empreendedores por necessidade fecharem
seus negócios por falta de habilidade empreendedora. Já reduzimos bastante essa
taxa, mas ainda é elevada. O que queremos é qualificar essas pessoas para que
elas empreendam com sucesso, ou para que se requalifiquem para voltar ao
mercado de trabalho”, explicou.
O projeto apresentado pelos representantes do governo prevê que alunos
dos cursos de contabilidade e administração forneçam capacitação aos novos
empreendedores usando a metodologia desenvolvida pelo Sebrae. “Os alunos seriam
orientados por seus professores com base em um conteúdo mínimo apresentado pelo
Sebrae. É algo muito parecido com o que ocorre com os Núcleos de Práticas
Jurídicas, nos cursos de direito”, disse Barone.
Segundo o secretário, as instituições de ensino que cumprirem o programa
receberão um selo de certificação. “É uma proposta positiva porque atendemos a
uma demanda da sociedade, os alunos ganham porque aproximam sua formação da
prática em uma área vasta, os conselhos ganham porque estão mais próximos dos
alunos que serão profissionais em breve, e as universidades ganham porque terão
um selo que pode ser um diferencial competitivo”, afirmou.
Sandra elogiou a proposta e ressaltou a necessidade de construir um
programa sólido para que a certificação tenha credibilidade para a sociedade.
“Agrada-nos a interação que o projeto pode promover entre acadêmicos,
empreendedores, instituições de ensino e parceiros e o desenvolvimento da
cultura do empreendedorismo, que pode gerar impactos positivos na economia,
seja pela melhora no índice de sucesso e sobrevivência dos pequenos e médios
negócios, seja pela conscientização dos alunos sobre alternativa para o
exercício da carreira. Mas é importante que atentemos para a perenidade da
iniciativa para que o selo seja, de fato, um instrumento de distinção positiva,
e não mais um selo, com a chancela das instituições”, alertou. Ficou acertado
que o MEC e a Sempe farão um ofício convidando as entidades para constituir um
grupo de trabalho a fim de desenvolver o projeto.
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